segunda-feira, 28 de maio de 2012
Desabafo - O dia em que perdi a fé na humanidade
Não me entenda mal, nunca tive ilusões de que o mundo é perfeito, eu sei que existem pessoas incapazes de sentir emoções, os famosos sociopatas, ou psicopatas, e que em algumas pessoas são simplesmente más.
Eu digo tudo isso porque algo aconteceu hoje a noite que me fez rever completamente meus conceitos.
Hoje eu penso que as pessoas não ligam a mínima. E isso me assusta. Muito.
Eu estava no twitter de bobeira enquanto assitia a uma série de TV, quando vi uma troca de tuites entre dois caras que eu sigo, o @izzynobre e o @jovemnerd. O Izzy é sempre conhecido por trolagens que, apesar de serem exageradas algumas vezes, são inofensivas. E o Jovem Nerd é uma pessoa que respeito muito, e na qual eu sempre me inspirei.
Esse foi o tuite entre os dois:
E foi esse o tuite que me fez ressussitar este blog pois, depois que vi esse vídeo, eu precisava desabafar, e a melhor forma de fazer isso era escrevendo.
O vídeo, que não linkarei, mostra um terrível acidente de transito ocorrido em Dubai, onde se ve claramente pessoas morrendo, e membros decepados voando dos escombros (com direito a camera lenta).
O vídeo é tão gráfico e visceral que meu estômago embrulhou na hora, e comecei a passar mal aqui em casa.
E Imediatamente comecei a mandar tuites para o Izzy expressando minha revolta:
O que mais me chocou nesse episódio não foi nem o vídeo em si, mas a reação das pessoas ao vídeo e a reação inicial do Izzy aos meus comentários.
Meus tuites foram todos para expressar meu asco pelo ato de alguém tuitar para 26,000 pessoas um vídeo de pessoas morrendo. E de o fazer casualmente, como alguém que tuita um vídeoclipe, ou um vídeo de gatinhos brincando.
Essa foi a resposta dele aos meus comentários:
Como é possível, eu pergunto a quem quer que esteja lendo esse relato, que nós nos deturpamos tanto a ponto de achar normal ver pessoas morrendo de formas horríveis, em frente aos nossos olhos, em HD 1080p?
Como é possível que a pessoa que ainda se choca com esse tipo de coisa é que seja vista como errada, como fraca?
E para meu espando ainda maior, a maioria esmagadora das respostas ao vídeo fazia graça do ocorrido, ou pior ainda, tratava como algo normal...
Essas reações, masi do que tudo, me fizeram pensar o quanto estamos anestesiados à violência, e como estamos acostumados com a morte.
De repente a realidade dos Jogos Vorazes ou de Rollerball não me parecem mais algo que só poderia acontecer na ficção.
Algumas pessoas realmente falaram contra o vídeo, inclusive o Jovem Nerd, que eu erroneamente achei que tivesse aprovado. Porém a quantidade foi infíma comparada a quantos o aprovaram
O próprio izzy, após receber uma repreenção pública do Jovem Nerd, deletou o tuite com o vídeo e pediu desculpas pelo ocorrido. Mas a despeito disso, seu último tuite para mim foi reclamando que eu o tinha deixado em "maus lençóis com o Jovem Nerd."
Não se lamentando do ocorrido, não se lamentando da insensibilidade de seus seguidores. Mas reclamando que tinha ficado mal visto pelo outro "famoso" da internet.
E eu terminarei o texto por aqui, pois finalmente sinto que um peso foi tirado do meu peito. Nunca mais conseguirei ver a internet, e as outras pessoas em geral, da mesma forma, e isso me entristece.
Fica aqui meu desabafo, muito obrigado.
Pedro Lucas Rocha Cabral de Vasconcellos.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
O segredo
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Aviso aos Navegantes & Foto
O Amigo.
Era um almoço de terça feita bem comum, com todos reunidos ao redor da mesa, uma tradição familiar. Postas de badejo fritas no azeite com molho de manteiga com alcaparras, além disso, purê de batata e arroz. Simples mas delicioso. Quebrando a rotina daquela família toca o telefone, e a mãe que havia acabado poucos instantes antes, se levantou para atender.
“Oi, olá, tudo bem, como vai, bem obrigada e você?” Depois de breve conversa ela para ao lado de seu primogênito – “Ah, para ele? Tudo bem, só um segundo” – estende o telefone e fala:
– É o Thiago, filho do Julio.
O filho mais velho conhecia o Thiago, na verdade, já tinha ido a casa desse Júlio, colega de trabalho de sua mãe, algumas vezes, e tivera uma péssima impressão. Eram pessoas diferentes, não impunham limites aos filhos, lá cada um fazia o que queria, praticamente uma anarquia. Porém por não conhecerem muita gente naquele país estranho, tinha tentado fazer amizade com esse Thiago, que era alguns anos mais novo, com resultados pouco animadores. O chamara para tomar uma cerveja em três ocasiões e, em duas delas, ficara a ver navios, levou bolo do cara. Na última tentativa resolveu se vingar não indo ao lugar marcado, porém nada adiantou, pois o garoto lhe mandou uma mensagem de texto 15 minutos após o horário combinado avisando: “kra, nem vai dar, abs”. Desde então nunca mais tivera contato com o thiago, estava extremamente curioso para ver aonde iria parar aquela conversa:
- Alô?
- Oi.
- Oi Thiago, tudo bom?
- Tudo e contigo?
- Tudo também...
- Cara, to te ligando pra te chamar pra sair.
- ...
- É que sexta feira eu vou jogar tênis com um amigo, e pensei que talvez você quisesse se juntar a nós.
Pensou seriamente em dizer não, iria jogar na cara do moleque as três vezes que ficou no vácuo, e diria que não ia de jeito nenhum jogar tênis com ele. Estava decidido quando levantou os olhos e viu sua mãe. Ela, mulher trabalhadora, sustentava sozinha a casa e os quatro filhos, já que o marido por problemas burocráticos não podia trabalhar. Não podia fazer isso com ela, vai que depois o moleque decide contar pro pai, que vai começar a chatear. Não. Melhor aceitar e ver no que vai dar, estava muito estranha a situação.
- E então? Você vem?
- Ah, pode ser Thiago, mas aí, aonde e que horas?
- Nem se preocupa com isso, não está decidido ainda, mas na quinta a noite eu te ligo, vai ser na sexta de manhã.
- Ta bom, até sexta então.
- Ta.
- ...
- Cara, também queria te pedir uma coisa.
Arrá! Sabia que havia algo errado nessa história, nunca aquele garoto ia ligar sem alguma segunda intenção. Um sorriso singelo, e irônico, brotou em seus lábios, “vamos ver o que esse cara quer”, pensou.
- Hum.
- Então, não é nada de mais, mas é que eu soube que você tem um Wii, certo?
- Certo.
- Pois é, eu estou com meus primos aqui, e eles queriam jogar um jogo de futebol, por acaso você tem FIFA?
- Tenho sim, mas não vai rodar no seu Wii, porque o meu é europeu, é um sistema diferente.
- Ah, mas a gente sempre pode tentar né? Vai que funciona...
- Se você quiser mesmo pode tentar, mas não vai funcionar, os sistemas são completamente diferentes, eu precisei desbloquear meu Wii para poder jogar jogos daqui...
- Ta bom, ta bom, mas quando que eu posso apanhar eles?
- Eles?
- É, eu aproveito que estou aí e vejo se tem mais algum jogo que meus primos possam gostar!
- A hora que você quiser pra mim está bom, você vai vir amanhã?
- Eu vou agora mesmo, pego a bicicleta e em dez minutos chego aí.
- Beleza, pode vir então.
Após desligar o telefone, riu da situação e comentou com a família, avisou que estaria no quarto quando o Thiago chegasse, e foi usar o computador. Alguns minutos depois alguém abre a porta do seu quarto (sem bater, óbviamente), é o dito cujo, que já ostenta dois jogos na mão.
- Seu pai falou pra te chamar aqui, mas aí eu passei pela sala de televisão e já escolhi os jogos que eu quero.
- Ta, beleza... Não vai funcionar, mas boa sorte.
- De boa, vou correr agora que quero voltar logo pra casa.
Desceram as escadas e se despediram na porta, Thiago ainda falou que ligaria na quinta antes de sair.
Quinta feira foi um dia tranqüilo, ele foi pra faculdade e na volta deitou pra ficar vendo “The Sopranos”, viu quase uma temporada inteira, quando adormeceu com o computador ao lado. Acordou no dia seguinte só ao meio dia, achou estranho que o celular não tivesse tocado com o Thiago dizendo o local do jogo. Levantou e foi direto olhar o aparelho, onde nenhuma mensagem ou chamada perdida constavam.
Já faz vinte dias que os jogos, que não funcionam, estão na casa do Thiago, ele nunca mais ligou, ou veio devolve-los.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
CALA BOCA BRASIL
CALA BOCA GALVAO foi, como classificou o “The New York Times” o “El País” entre outros, a maior pegadinha virtual da história. Com bom humor e descontração os twiteiros além de eternizarem a expressão, ainda conseguiram o apoio do próprio Galvão que, ao aceitar rindo a brincadeira, mostrou uma esportividade ímpar, e uma inteligência enorme, até quem realmente não gosta do Galvão, achou simpática a entrevista dele para o “Central da Copa”.
Essa inteligência e esportividade são características chave que faltam a outro de nossos personagens esportivos da atualidade, o técnico da seleção brasileira. Após a vitória do Brasil sobre a Costa do Marfim, durante a entrevista coletiva, Dunga interrompeu sua resposta para interpelar o jornalista Alex Escobar que estava “fazendo sinal de negativo com a cabeça”, algo que está no direito dele de fazer. Escobar não é obrigado a concordar com Dunga, e Dunga não é obrigado a concordar com o Escobar, mas uma coisa que não pode acontecer, é a falta de respeito.
O técnico da seleção, em uma atitude extremamente infantil, resolveu passar o resto da coletiva xingando o jornalista entre uma pergunta e outra, algo gratuito e desproporcional. Dunga mais uma vez perde uma ótima oportunidade de ficar calado.
Dunga não se usa de inteligência quando faz coisas assim, ele tinha a faca e o queijo na mão para mudar a opinião de todos os brasileiros, afinal apesar de extremamente criticado pela imprensa e pela opinião pública, é extremamente vitorioso, e ganhou todas as competições que participou. Se Dunga tivesse aprendido com o Galvão, teria visto que ao levar na esportiva as críticas só tem a ganhar, ganha a simpatia do povo, que passa a vê-lo como alguém injustiçado, e se coloca em um nível mais alto.
Porém ao atacar gratuitamente um funcionário de uma empresa, é esperado que essa empresa saia em defesa de seu funcionário, e não é picuinha da globo porque o Dunga não da exclusividade, ou algo assim, é simplesmente um veículo de informação defendendo um de seus maiores profissionais de um ataque ofensivo e gratuito, que mancha a integridade de tal jornalista.
Porém, após o comunicado da rede globo repassado pela boca de Tadeu Schimidt o twitter, carente de um novo “cala boca Galvão” criou a tag: “CALA BOCA TADEU SCHMIDT” e as pessoas, mesmo sem entender bem o que está acontecendo, ficam espalhando essa tag, como se Dunga fosse o herói que peitou a globo e agora está sendo injustiçado.
Dunga não peitou a globo nesse episódio, ele agrediu verbalmente um jornalista que estava ali fazendo seu trabalho, se Dunga não concordou com a “negativa de cabeça” que Escobar fez, ter comentado isso em frente a todos estava de bom tamanho, mas quando começa a ficar xingando baixinho, perde completamente qualquer razão que poderia ter.
Não sou um fã da globo, é um empresa que tem muitos defeitos, a arrogância principalmente, porém a atitude de defender um funcionário de um ataque gratuito é louvável. Alex Escobar é um exemplo de jornalista, pessoa boa e humilde, e não merecia ser atacado da forma que foi, sem razão aparente.
Isso não é um desabafo, ou uma carta aberta, é uma constatação de fatos. A Globo não é santa, mas a burrice do povo brasileiro em endeusar Dunga que xingou um profissional sério e qualificado, só porque esse profissional é da rede Globo, é algo inimaginável.
domingo, 18 de abril de 2010
The Meaning of Life
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
O Assédio.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Pra variar, Futebol!
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Sobre blogs e Blogs
Todos os cinco blogs acima estão em meus favoritos, e me divirto muito com o Kibe, quase tanto quando com o Champ, mas ainda assim são divertimentos diferentes. As sacadas geniais do primeiro (sem entrar no mérito da já famosa "kibada") me fazem rir, o humor irônico, apurado e sutil do segundo me fazem sorrir, refletir.
Não existe comparação entre um e outro, são opostos de um mesmo meio, cada um com seus méritos, talvez um melhor que outro, talvez não. Rhianna pode ser considerado musica se comparado com Chopin? Muitos me dirão convicção absoluta que não, outros me perguntarão, "Quem é Chopin?".
Por isso não gosto da palavra blogueiro, me parece extremamente abrangente, afinal, como em tudo nessa vida, existem blogs e Blogs, blogueiros e Blogueiros. Daqui por diante não escreverei blogueiro para me referir aos que são mais do que isso, mas usarei escritores, que chega mais próximo do nível destes.
E um dos escritores que mais aprendi a apreciar nos últimos meses, foi o Tyler, o "rei dos textos curtos". Ele tem um estilo peculiar, e único, de descrever situações. Em poucas linhas consegue te dar uma história que poderia render um livro, sem omitir nenhum detalhe que prejudique o entendimento da situação.
Essa característica torna o Tyler um candidato perfeito ao twitter, pois 140 caracteres não são um impedimento para ele, e sim um apreciado desafio. Porém o twitter aproxima o escritor de seus leitores de uma forma inédita, e possibilita uma interação completamente única entre as partes.
Cito agora um exemplo pessoal (Minha professora de redação do ginásio me mataria se me visse escrevendo em primeira pessoa com exemplos pessoas... Doce vingança...), na ânsia de querer um contato maior com meus ídolos cibernéticos, ao tentar o diálogo com o @tylerbazz, o tiro saiu pela culatra, e ele acabou parando de me seguir, com claro descontentamento.
Fica a lição, apesar de tudo, nunca, em absolutamente nenhuma hipótese, fale de você na terceira pessoa se você não for um imperador romano, simplesmente não fica bem!
@pedro_rcv, digo, Pedro Lucas Rocha Cabral de Vasconcellos.
E agora plagiando o Rob Gordon:
1- Ficou extremamente confuso - Isso é que da tentar escrever sem fazer roteiro antes (professora 2x1 pedro).
2- Como o blog é novo, não tenho leitores.
3- Se porventura o Tyler acabar lendo, ainda vou ficar mal falado por aí.
4- Ficou parecendo um puxa-saquismo descabido.
5- Nunca gosto dos meus textos depois de terminados.